terça-feira, 8 de setembro de 2015

SOBRETUDO

Um tanto de mim será seu...
Um pouco de você será meu...
Seus beijos dados serão esquecidos.
Atravessaremos ruas e avenidas.
Dormiremos em algumas ilhas.
Com o intuito apenas de nos encontrarmos.
Os beijos que dei, claro, estão no passado.
Movimento perfeito para o amor encontrado.
Quanta saudade, do amor despistado.
Evitamos as Segundas, as Terças e as Quartas.
Mas desmanchamos no Domingo e no Sábado.
Vestimos as melhores roupas, bonitos, sentindo a emoção.
Assim é a vida, do encontro esperado.
Geografia do mundo, quando tudo sou eu.
E, você é aquilo que de repente é cuidado.
Cuidado guardado de trampolim do amor.
Você não me deixa sem um beijo na noite..
O pernoite leva à manhã e o café, anuncia a saudade.
Te quero tanto, te espero tanto, vais pro futuro.
Não voltas nunca para o passado.
Que não deixa nunca de ser o presente.
Para que tenhamos amado ,sem dúvida.
Amanhã será o nosso corolário.
O beijo te dá um pouco de mim.
E, claro, um tanto de você.
Mais do que isso, como é bom te ver...
Para dormirmos pensando que o amor é ser.
Alberto Pantoja








SUTIL

Quem é Lula da Silva?
Não sei.
Lula foi presidente?
Não sei.
Lula é corrupto?
Não sei.
Lula criou o mensalão?
Não sei.
Lula é amigo do José Dirceu?
Não sei.
Lula foi metalúrgico?
Não sei.
Lula menti?
Não sei.
Lula é político?
Não sei.
Lula é doutor?
Não sei.
Lula criou o PT? 
Não sei.
Lula é abandônico dos amigos?
Não sei.
Lula é poeta?
Não sei.
Lula era pobre?
Não sei.
Lula hoje é rico?
Não sei.
Lula usa barba?
Não sei.
Lula é amigo do Fidel Castro?
Não sei.
Lula está de luto do Chaves até hoje?
Não sei.
O filho do Lula ficou milionário?
Não sei.
O Lula está com medo de algum Juiz?
Não sei.
Hoje o Lula pode ir a um restaurante?
Não sei.
O Lula trai as pessoas?
Não sei.
O Lula é brasileiro?
Não sei.
O Lula sabe cantar o Hino Nacional?
Não sei.
O Lula é leal com a Dilma?
Não sei.
O Brasil se ressente de Lula?
Não sei.
Poxa! Eu não sei nada mesmo.
Você sabe?
Sou adepto do óbvio. O Brasil se distancia das evidências. 2013 ficara distante?
Alberto Pantoja


















PLENO DE POUCAS COISAS

Vivi o suficiente não o necessário./
Nunca é muito. Sabemos todos./
Simples é minha funcionalidade existencial./
Nesse tempo vivido renuncio aos excessos./
Adoro a leitura dos clássicos-
Gosto mais de Dostoievski!/
Degusto vinho e tomo café espresso./
Tenho tara por pudim de leite./
Evito tudo que é complexo na vida./
Assisto pouco o que é televisivo.../
Respeito a singularidade do outro./
Sou intolerante com algumas coisas./
Quando triste vivo a tristeza realmente./
Não me iludo com alegrias inconsistentes./
Amo há muito tempo./
Meu aceite com a paixão é nenhum./
Interessa-me a via da simplicidade./
Bajulo a criatividade./
Não suporto político./
Gosto do acadêmico Fernando Henrique./
Em outro mundo não sei quem fui./
Gosto da vida com cheiros e sabores./
Sempre gostei de muitos beijos./
Sinto falta até de beijos imaginados./
Porquanto sei da vida, já conheço a morte./
Não tenho medo nem de uma, nem de outra./
Busco minha subjetivação com insistência./
Preciso um tanto de solidão./
Unicamente para viver mais./
E, amar sem displicência./
O amor de gestos de amar muito.../
Alberto Pantoja





PÁTRIA AMADA BRASIL...

Ah! Como sente dor este país./
Brasil naufragado no "mar" da corrupção./
Pátria destituída, almas deprimidas./
Teu canto é de um profundo entristecer./
Paraiso explícito de roubo./
Paraíso sutil de bandidos./
Não roubam só o dinheiro mas também amargam os corações./
Quanto tens acreditado em conto de fada!/
Povo ébrio das ilusões./
País iludido, país deprimido./
Brasil dirigido por vendedores de consciências./
Pisas em solo da perplexidade de teu povo./
Povo que não sonha mais./
Brasil, teus filhos adoecem na manhãs./
Gente "dilmada" e "lulada", acredita, o supremo te desampara./
Uma suposta resistência... Tua oposição se acovarda./
Pois, saiba, tuas leis desencorajam./
Teus ministérios são farsas./
Esses já não são públicos./
Não tens mais cara para mostrar./
Tua música, Brasil, é o silêncio da desesperança./
Reaje: não és mais uma criança.
Alberto Pantoja











ESCLARECIMENTO

Toda poesia, inequivocamente é uma expressão d'alma.
Ela, jamais se articula no ser de quem a produz, como intenção de concessão. 
Não se encaminha para alguém, mas sim, unicamente, com o propósito de universalidade.
A poesia sugere vivência...
Ela não se admite corrompida, por qualquer, que seja, o propósito advindo.
È sempre subversiva diante dos pretextos hipócritas.
Não se submete a nenhuma pressão egoica. 
Arrebata a vida; arrebata o poeta.
Sua universalidade advém, exclusivamente, de registro inconsciente e ontológico.
Ela é paz mas também sabe ser guerra.
Não é masculina nem feminina,
Transcende a questão de gênero.
É sentimento. É tranquilidade. É equilibrio. É ansiedade. É nostalgia. É saudade. É atemporal. 
Sou eu. É você. É tudo mas vocaciona-se, também para o nada.
Sua independência perturba.
Sua leveza pesa. 
É contraditória e carrega um circuito de não certeza.
Não tem cor, nem cheiro.
Enxerga e escuta.
É alegria e sente dor.
Às vezes é doida, quase sempre é doída.
Não finge o que sente expõe a dor.
Num dia é paixão no outro é amor.
Alberto Pantoja









O BEIJO DO "OLHAR"

Eu te miro daqui.
Você me mira daí.
Olhares que querem ver pra além.
Eu já te vejo há tempos.
Você finge só me ver hoje.
Nossos olhares se encontram na avenida.
Mas são atropelados por carros.
Por mais que eu queira,
E você também, as buzinas nos atordoam sempre.
Caminho para onde o olhar me leva.
De você, não sei o que, com o olhar sente.
Quando surge, de repente, suscita arrebatadores sentimentos.
Em mim, esses sentimentos, te trazem pra bem perto.
Te miro, miramos os dois.
Eu e você, nos equilibrando, nos olhares do desejo.
Desejo que te enxerga e produz o querer teu amor.
Sou paciente e disposto a te esperar.
Enquanto vivo tudo, imagino o teu amor.
Não importa se pela manhã, de tarde, ou, à noite.
Quero mirar teu semblante, pois meu peito arde, Quando atravessas a contorno.
Nunca vai ser tarde pra darmos nosso beijo.
Alberto Pantoja












ESCRITOS

Pois bem, que toda árvore fora semente.
E, que, todo homem fora criança.
Sem dúvida, pois que, o amor começara com um olhar e um beijo.
O mar faz ondas e surfa desejo.
O sentir induz sentimento.
Maravilhosa é a nuvem mudando sua forma.
O sol e a lua brincam de "esconde, esconde".
Assim... A gente sente!
Sinto saudade, quando você se vai...
Não existe amanhã sem o hoje.
Não há ontem sem memória.
É impossível a vida sem história.
Hoje o vento vai trazer o barco.
E a lua clarear a noite.
A semente que hoje é árvore dá fruto.
A criança que agora é homem, vive esperança.
O resumo do encontro pode ser o amor.
O relógio, às vezes, não quer passar as horas.
Unicamente, para que não haja desencanto.
Alberto Pantoja



















Com um beijo, digo da tua importância.
Com o abraço te convido a partires comigo.
Do primeiro passo te levo para o futuro.
De um presente afetivo e efetivo o gostar do nosso dia a dia.
Com uma flor e mais beijos declaro meu amor.
E, nos meus sonhos és sempre protagonista.
AP






Toda flor tem espinhos em seu entorno.
Mas nem todo espinho tem uma flor para denunciá-lo.
AP




Não recue de dizer: não.
Pois é com esse significante(palavra), que avivas o teu ser.
Geralmente, ou, quase sempre é com o 'não' que, se renuncia, à possibilidade de não se ser.
AP




Toda submissão afetiva denuncia uma flagrante patologia d' alma.
A obediência afetiva submete o sujeito à 'doença infantil da paixão'.
AP



NÃO ACREDITÁVAMOS

Hoje, parece que tudo fora só um instante./
O tempo que durou precipitou esse agora./
Surpreendente inevitável final./
Toda a pauta do amor, ficara distante./
Dissemos tantas palavras, acordamos juntos./
Planejamos futuros e tudo era igual aos nossos sonhos.../
Beijamos os melhores beijos do mundo./
Nossos abraços nos davam a certeza do enlace./
O indescritível do que sentíamos nos amparava./
Prometíamos, chorávamos, às vezes, até gritávamos./
Ou, seja, vc era minha, e eu seu, pra todo o sempre./
Éramos nosso próprio presente./
Momentos de alegria, também muita tristeza./
Mas o tempo era sempre nosso./
Chovesse, ou, fizesse sol./
Claro ou escuro, nossos olhares denunciavam o sentir./
Pois bem, agora, nesse dia, eu vou pra um lado, você pra outro.
Deixamos assim, toda a pauta desse passado./
Mas o amor continuará apto pra ambos./
Apenas precisa ser encontrado./
Alberto Pantoja




















MULHERES

Ah! Foram muitas e todas intensas./
Ah! E, como significaram em minha vida./
Vivências profundas, experiências de amor./
Tantas lindas, quantas que não esqueço./
Foram muitos beijos, que me deram sossego./
Tantos abraços, que me enlaçam até hoje./
Restos diurnos de meus sonhos./
Mulheres, todas, que as considerava perfeitas.
Mulheres que estiveram pouco mas vivendo juntos./
Outras ficaram muito... Junto com seus beijos./
Algumas não esqueci, pois ainda estão dentro de mim./
Na verdade, o amor que vivo hoje, se formou nas tardes de Domingo./
Senti saudade, vivi angustia, enfim, vários sentimentos.
Quanta paixão, muita desilusão, talvez senti dor./
Jamais deixarei de considerá-las../
Visto e constatado que todas moram em minh'alma./
Bondades, equívocos, certezas e dúvidas./
Semanas, meses e anos, toda uma vida passando./
E, elas, ainda morando, alegres, dentro de meu peito./
Meu coração bate forte, lembrando delas./
Porquanto tenha vivido, elas, todas, lindas e especiais./
Justificam todo o amor que sinto./
Mas hoje a cada instante, tudo dá nisso:/
Que te quero tanto, e só sinto o teu gosto.
Porquanto, hoje é hoje./
Pois, te gosto tanto.
Alberto Pantoja












NÃO SE MORRE POR QUE SE QUER

Lá fora o céu estava encoberto por nuvens escuras e pesadas. O vento forte compunha um cenário de maus presságios. Dentro da casa há algum tempo estavam todos reunidos. Tristes, ansiosos e com semblante que denunciava a preocupação daquele momento. Filhos, netos, irmãs, genros, noras. Todos pressentiam o desfecho. Havia uma riqueza de detalhes trágicos, no imaginário da totalidade do grupo.
Ermelinda, assim a chamarei. Nove décadas de uma existência saudável e querida por todos. Mulher determinada e com ousadia de espírito, noventa anos de alma superior e exemplar para filhos e netos. Enfim, até os vizinhos viviam com esse suposto de sabedoria.
A interpretação carregada de certeza era de que em função de um quadro de fragilidade e descompensação orgânica e fisiológica, Ermelinda não passaria daquela madrugada que se aproximava. Expiraria! Inevitavelmente. Os sintomas evidentes estariam sinalizando a premente passagem para outro mundo. Havia ali, sem dúvida, o odor da morte. Era o adeus para com Vó Ermelinda, pois era como todos a tratavam.
Sentiam o respirar dela, os gestos, os mínimos movimentos de uma vida, no encontro com o morrer. O entorno de Vó Ermelinda estava habitado totalmente, o que sugeria a certeza de todos quanto à inevitabilidade da despedida final da vovó gostada. Cada espaço daquele leito estava ocupado separando esse mundo de outro mundo. 
Vó Ermelinda, apesar do quadro mórbido, anunciara com aquele tom de voz, de quem não está mais entre nós, que queria ir ao banheiro. Imediatamente todos se pronunciaram indicando o uso de fraldas, pois ela não daria mais conta de ir ao banheiro, mesmo sendo carregada. À revelia da vovó fizeram com que usasse fralda.
“De repente, ela começara a se manifestar que queria ir, “quero ir agora”, “me deixem ir”,” oh! “Meu Deus eu preciso ir”; “vocês não querem me deixar caminhar pra lá”. Assim e com voz arrastada, ela clamava.
A tristeza era intensa. A morte anunciando a saudade. O ritual de despedida induzia até o cheiro das velas. As lágrimas rolavam em cada rosto, conseqüência da amargura. A saudade se instalava em cada peito. A dor pela ausência, pelo final, daquela “mais do que tudo”, não daria clemência tão cedo. 
A cuidadora, religiosa, com eficiência e discernimento, diante dos pedidos de Ermelinda, muito católica, pediu imediatamente, o óleo bento para ungir a testa da ‘moribunda’, e dessa maneira, proceder com a extrema unção. As filhas, denotando compreensão pelo momento, disparavam: “vai mãe, com Deus”,” você foi muito importante para nós”, “Jamais lhe esqueceremos, portanto, vá em paz”. O que chorando, copiosamente, manifesta-se a neta, suposta mais querida e disparou: “vó, você vai para um mundo melhor, ainda farei com quê você sinta muito orgulho de mim, pois vou ser uma grande psicóloga”. E, assim, adentrando a madrugada o clima era de dor e consternação.
A primogênita, muito sensível e reconhecida para com a bondade da mãe querendo adiar a hora h, implorava para que Ermelinda, ainda não fosse, pois precisaria dizer-lhe uma última mensagem de agradecimento, o que nossa encomendada não entendia do que se tratava demonstrando o inusitado através de um semblante de alerta e surpresa. 
De repente com os olhos abertos e num estado ofegante, nossa personagem, apesar de já estar encomendada para o além, com alivio e sem disfarce e para surpresa geral anuncia que, “Nossa Senhora, graças a Deus, agora eu fiz, não preciso mais ir ao banheiro”. “Alívio divino!” “Obrigada por terem me ajudado”. “fiz muito xixi”.
Perplexos, os familiares foram saindo de mansinho. Olhavam uns para os outros assustados e tentando adaptarem-se àquela situação inusitada e mais do que surpreendente.
Vó Ermelinda continua seu percurso existencial. Austera e determinada dá valor a seu viver.
Quer viver mais e mais!
Portanto, a morte não se desvela para ninguém. Nem para aqueles que nos amam tanto.
Alberto Pantoja




































LONGE!

Ah! Essa distância que me inquieta.
Ah! Essa ausência que me desconserta.
Pensamentos que voam, imaginando tudo...
Silêncio pranteado, vivência do absurdo.
Anjo que se esconde e tortura a alma de quem sente.
Sentimentos do alvoroço de quem sofre.
Linda imagem impressa, que submete dia e noite.
Delirio insistente que pega quem ama tanto.
Alucinação desse amor, que me deixa tão louco!
Não sei onde estás, nunca soube.
Sei o que sinto e sei que existe.
Talvez por isso, vivo sempre triste.
Sentimento do caos, pois busco e não encontro. 
Quero dormir para não sentir.
Quem sabe sonho uma realidade nova?
Um porvir que me faça te alcançar.
Num registro que me tire desse, “tão longe, tão perto””.
E, me aproxime de ti, me conceda teus beijos.
Sonhos que sonho e deixem de ser pesadelos.
Alberto Pantoja



















QUESTÃO...

Com qual olhar olho para o mundo?, 
Que fascínio se impõe e me ausento?
Para que lado indica a seta do não sofrimento?
Lembro do olhar e de todos os sentimentos.
Lembro da esquina e dos encontros.
Enfim, de tudo que me encaminha para um destino
Hoje não mais sozinho, falo da verdade que quer ser minha.
Não tenho medo da dúvida, acho ser ela bem vinda.
Assim... Vida que pulsa e soluça no choro da nostalgia.
lembranças de mim, lembranças de todos os contextos.
Militância de seres da paixão.
Exército que exercita o amor.
Amor de todos!
Amor por todos!
Amanhã sem ontem.
Hoje olhando para o amanhã.
Alberto Pantoja





















PRA ELA...

Repercutes o belo sol da manhã./
De quando em quando, apareces linda./
São muitos instantes, constantes instantes, repentinos./
Não consigo abstrair-me de tua beleza./
Vivalma de um pequeno amor em formação./
Nanoamor, que se quer grande e intenso./
Passo horas te buscando e sonho.../
Tua ausência se configura como pesadelo./
Encontro todo mundo, só não te vejo./
E fico a imaginar um simples beijo./
Quero abraçar teu 'olhar' profundo./
Trazer-te para bem perto,/
Ousar fazer nosso próprio mundo./
Sem dúvida, esse é meu desejo./
Não me importo se ingenuidade./
Quando penso, absorto, nesse sentimento./
Mundo da paixão: ausência e enlouquecimento./
E, quase parece, sem solução/
Apesar do amor ser terno,/
Por isso te espero e sofro./
'Linda', maravilhosa- apoteótico humano!/
De mais a mais, continuarei te procurando./
Esse é o sentido do amor... Procurar e procurar.../
Até encontrar, mesmo sentindo dor./
'Linda, mais a mais linda... Uma mulher!/
Quando de tua ausência , uma fisgada forte,/
Inexplicável tristeza que vem./
Quando de tua presença, uma alegria me chega.
Alberto Pantoja







Assim...

O tropeço denuncia o equívoco,
Do percurso que "consente", o não sentido.
A sombra acompanha a alma, sempre.
Pois, o que habita a vida, não é o viver.
A vida é que habita o viver.
Não há como não ser.
Os passos se dirigem ao destino.
Há pegadas do fantasma que vigia.
Somente, de vez, em quando, se vê.
O silêncio permite a escuta.
Não importa, se sublimação, ou desejo. 
Assim, do impasse, apenas um soluço de sofrer...
Não se sabe se noite, ou, dia.
Basta a sofrência, para não se querer a noite!
O não esperado: num dia se resume a existência.
No instante de um só fôlego, acaba tudo.
O fantasma se encarrega de levar a última dor.
Aí... O partir deixa tudo que ficou, inclusive o amor.
Alberto Pantoja













CENA

Assisto-te quando passas.../
Andar de quem sabe aonde vai./
Faz com que eu acompanhe, passo a passo/
Aí, como numa cena de cinema./
Vejo-te linda e sedutora./
Imagino mil esquemas, mil abraços.../
Sinto saudade e entristeço./
Teus passos cinematográficos,
Fazem-me arrepiar.
Plasticidade que me arrebata,
E, me induz a admirar.
Obra prima, quadro humano.
Meus olhos se crispam,
Pensando tanta beleza do mundo./
Confundo-me, com tanta sedução,/
Maravilha dessa estação./
É verão e sofro e me alegro,/
Ao te ver passar./
Também no inverno te quero./
Hoje é ansiedade de não te ter./
Amanhã será o dia de te amar./
Alberto Pantoja












CIRCUITO DA INDECISÃO 

Como o sol, apareces e vais embora./
Deixa-me perplexo, sozinho e assustado./
Como a lua, iluminas minhas noites,/
De repente, anuncias a tempestade./
Então, passa por mim, como o vento, fazendo barulho./
Vento forte e intenso, que toca meu corpo./
E, sem avisar, toma outro rumo./
Faz ondas como o mar,/
Porém, impede o meu surfar./
Promete-me amor e recua fazendo bico./
Na aurora faz com que acredite no dia!/
No crepúsculo, quando o calor se arrefece,/
Induz que será cobertor para o frio que chegou./
Fala palavras belas jurando amor./
Depois, dissimulando, finge que esquece./
Comigo, como um navio, prometes singrar os mares./
Mas se afasta sendo apenas um barquinho./
E, sem remorso, me deixa sozinho.
Diz compreender minha dor e meu soluço./
A cada não teu morro de susto./
O tempo hoje, conspira a teu favor./
Mas sei que amanhã, com alegria, será meu amor./
Alberto Pantoja











GRITO QUE GRITA

Eu grito./
Tu gritas./
Ele grita./
Eu grito por que choro./
Tu gritas por desamor./
Ele grita de horror./
Grito de dor./
Grito animal./
Grito angustiado./
Grito primal./
Grito de solidão./
Grito de ocasião./
Grito de tristeza./
No silêncio também há grito./
Grito do grito./
Grito de longe./
Grito tão perto./
Grito e não escutas./
Grito na curva./
Grito ingênuo./
Grito de alcova./
Grito sexual./
Grito de medo./
Grito que ecoa./
Grito suspeito./
Grito de pânico./
Grito que é triste./
Grito que persiste./
Grito íntimo./
Grito enérgico./
Grito do dita-dor./
Grito embargado./
Grito abafado./
Grito tresloucado./
Grito agudo./
Grito maluco./
Grito do ciúme./
Grito da traição./
Grito do coração./
Grito da depressão./
Grito da desilusão.
Ela grita e ninguém escuta./
Ele grita e é reprovado./
Grito não escutado./
Grito d'alma./
Grito no escuro./
Grito do mundo./
Nós gritamos./
Vós gritais./
Eles gritam./
Nós gritamos por que sofremos./
Vós gritais por sentirem dor./
Eles gritam de saudade do amor./
Alberto Pantoja





















ESPERANÇA

Olho-te e escuto teu silêncio./
Não falo nada, sempre,/
Mas o silêncio me diz tudo-/
Sobre tuas dúvidas,/
E, desse ser abstêmio de amor./
Fico complacente diante do teu olhar./
Que te leva pra bem distante,/
E que me deixa tão longe,/
Da esperança de te amar./
Porém insisto, persisto de fazê-la me ver./
Grito para implorar o amor./
Ainda não sei se conseguirei te alcançar./
No espelho em que me espelho,/
Vejo um rosto perplexo de querer amar./
Também se emoldura uma gota de lágrima,/
Em "dúvida" se pode se derramar./
Por esse semblante de um coração,
Que em suas batidas fortes,/
Faz o barulho do pedido de amar./
Disparando o desejo de jamais desistir,/
De te ter e de te amar pra além de tudo./
Que exista em teu mundo.
Alberto Pantoja












DE PONTO EM PONTO...

Ponto pronto./
Ponto de encontro./
Ponto de vista./
Ponto e vírgula./
O ponto mais alto./
Ponto mais perto./
Do ponto certo./
Ponto mais baixo./
Ponto distante./
Ponto do ônibus./
Um ponto adiante./
Ponto de parada./
Ponto de taxi./
Ponto de partida./
Ponto de encaixe./
Ponto morto./
Pontos cardeais./
Ponto do i.
Ponto g!/
Ponto solto./
Ponto do grito./
Pontos cerebrais./
Ponto do riso./
Pontos prostíbulos./
Ponto do rio./
Ponto bom!/
Ponto parágrafo./
Ponto ruim!/
Ponto geográfico./
Ponto doce./
Ponto amargo./
Ponto nevrálgico?/
Ponto do dente./
Ponto triste./
Ponto infinito./
Ponto crítico./
Ponto de interrogação./
Ponto ardente./
Ponto sublime!/
Ponto político./
Ponto de choro./
Ponto de exclamação./
Ponto do crochê./
Ponto da crônica./
Ponto geral!/
Ponto final.
Alberto Pantoja
Longe, Perto

Eu aqui e você aí./
Eu penso e sonho, quase deliro./
Não sei o que faz./
Sei que está sem mim./
E, eu, em meu retiro íntimo./
Só penso em você, com seu sorriso./
Passeio pelas suas noites lhe prendo no meu desejo./
Tudo no ensejo de lhe alcançar./
Amo mas despenco, pois não lhe alcanço./
Você aí, sozinha e com medo da chuva../
Eu aqui vivendo sob a tempestade ./
Do sofrer de não ter esse amor./
Sentindo calafrios pela ausência dos seus beijos./
Amor e beijo que imploro./
Por que vivo na curva do desencontro de não lhe ter./
Encontro não encontrado, que quase se faz desesperado./
Aproximo-me e você deixa./
Porém, se queixa o tempo todo./
Tempo de sentir toda dor./ 
Por não pode viver esse amor./
Logo se afasta e me arrasta pra longe./
O outro dia deixa de existir./
Porquanto lhe amo, continuarei tentando./
Busco seus beijos e apesar da distância./
Não desistirei de lhe buscar.
Eu aqui e você aí ./
Hoje vou lhe abraçar./
Mesmo longe, só quero lhe amar.














Ode ao Beijo

O beijo é a conexão entre duas almas,/
Que se encontram e se desejam./
O beijo veicula conteúdos da paixão./
Condiciona expectativas e precipita sublimação./
O beijo é a interpretação fiel do amor./
Ama-se para beijar, beija-se para amar./
O beijo é o tiro do amor./
Não engana e não ilude.
Mas, às vezes, sugere despedida./
Sustenta o abraço e nomeia enlaces./
Desembaraça dúvidas e supõe o para sempre./
Independe do hoje, lembra do passado,
Promete futuro, embeleza os amantes./
O beijo é cardíaco, aumenta a respiração./
Pode ser espontâneo, pode gerar ciúme.
Quando deixa de existir, alguém chora, por que sofre./
Encaminha quem perde para a escuridão./
Transforma-se em a via de outros beijos./
Ou, apenas será saudade,/
De tudo que fora antes./
““ “Beijo do poeta”,” beijo poesia”, “beijo ficção”./
Beijo de saudade, beijo despedida, beijo solução./
Beijo da criança, beijo desconcertante, beijo da esperança./
Beijo com barulho, beijo encomendado, beijo com sussurro./
Beijo do pai, beijo da mãe, beijo no escuro./
Beijo dado, beijo negado, beijo dos casados./
Beijo de quem ama beijo apaixonado.
Alberto Pantoja














TRANSITORIEDADE

Amei muito... Te amei, incondicionalmente.
Te quis e te desejei intensamente.
Os sentimentos são surpreendentes.
Até vivi por um triz.
Alguns nos visitam e ficam.
Fazem questão o tempo todo. 
Não permitem recuos, pois trazem vivência singular.
Persistem e nos dirigem, fazendo pauta pra todo sempre.
Os sentimentos que ficam viajam com a gente.
Levam-nos pra mundos diferentes.
Mas também doem na gente,
Por nos fazerem teimosos e manhosos.
Sentimentos são poemas em nosso momento.
Arrebatam a alma, explicitam e também iludem.
Às vezes, nos agitam, às vezes, acalmam. 
Aportam nos vazios, tiram as dúvidas.
Amei-te muito, hoje, não amo mais.
Pois, foram embora os sentimentos.
Amei-te tanto e não sei como foram embora,
Todos aqueles sentimentos.
Apesar do tempo que ficaram.
Passaram como o vento.
Sei que fizeram que te olhasse,
Por muito tempo.
Porém foram embora sem avisar a gente. 
Sem disfarçar, passageiros, propõem outro tempo.
Estão em mim sem disfarces e sem subterfúgios.
Não há truque, apesar de que estou confuso.
Apresentaram-me outro rosto, semblante novo.
Que me encanta e dá impressão que me clama.
Não vou falar como se chama.
Porem é alguém, fruto de sentimentos. 
Alberto Pantoja











Pois não...

Hoje me desfaço das certezas.
Convoco-me para as dúvidas./
Dou passos sutis de saber aonde chegar./
Não mais me escondo de ninguém,/
Compreendo a dor que dói./
Não preciso dissimular a angústia./
Mas se o peito grita, apenas escuto./
Saboreio as nuances do amor./
Implico-me sem recuos,/
Conto o tempo sem medo./
Conquisto espaços com fervor./
Grito de onde estiver,/
Com o intuito de te alcançar./
Quem sabe poderei te abraçar./
Dando-te beijos de chegada./
Pra nunca mais te deixar./
Claro pra ninguém te querer ou, te alcançar.
Alberto Pantoja




















Realidade e Fantasia

Perseverar sim, custe o que custar./
Imaginar todas as cenas da suposta realidade por vir./
Sonhar o impossível e caminhar a passos lentos./
Criar linguagem nova para o amor,/
Transformar tudo mesmo que com dor./
Projetar lugares- avenidas, ruas e praças. 
Com a intenção disfarçada de te encontrar./
Congelar os beijos que ainda não foram dados./
Compreender abstrações, sem nenhum interesse por razões./
Admitir delírios, poder alucinar para te buscar./
Viajar pelo tempo pra te alcançar.
Mapear teu corpo com linhas da mais linda produção artesanal./
Te vestir de branco como desenha uma criança./
Sentir tudo: fome, cheiros, presença, ausência e até náuseas pelo excesso de teu gosto./
Chorar alegre e admitir que também se chora triste./
Abraçar tua sombra imaginada e conservar teus beijos que ainda estão por dar./
Girar-te para minha direção e fazê-la andar determinada pra me amar./
Gritar de modo que escute o quanto te amo e te desejo./
Fantasio diariamente que estás comigo em algum lugar./ 
Lugares todos ótimos pra se amar./
Cidade, ilha, rio ou mar, quem sabe, outro planeta?
Existem somente pra nos encontrarmos.
Alberto Pantoja















O Vazio

Havia um vazio em mim,/
Consequência do despencar de um amor./
Amor que se foi e que só deixou o depois./
O vazio doía e não dói mais./
Encontrei-te na esquina do sofrimento com a esperança de te ter./
O escuro daquele vazio me fez perdido./
E, andando sem sentido e não consolado./
Encontrei-me aborrecido por algum tempo./
Mas hoje iluminado pelo teu sorriso e orientado por teu olhar./
De modo simples e sem vazio sei como caminhar./
Sabendo que vou chegar, pois te encontrei pra te amar.
Alberto Pantoja


























Caminhando e Sentindo

Caminho por caminho para encontrar...
Venho caminhando por mundos e mundos todos diferentes.
Uma atemporalidade me pauta e me corrige de outros caminhos que existem.
Sei, aliás, sempre soube da transitoridade. 
Assim, não se morre quando se quer.
Pelo contrário, contrariando, te procurava no tempo e na esquina de um mundo outro, que não conhecia pois, singular.
Aí apareces no a posteriori, de tudo que ficou pra trás.
Beijei bocas e abracei todos os ré-tratos e me empolguei.
Achava ter encontrado e nunca precisei pensar no caminho.
Amei? Penso que amei.
Mas num desvio de algum caminho e num tempo qualquer e outro. 
Te conheci pra não te esquecer.
Hoje sei que o inusitado não está em te amar.
Mas sim no modo de te amar.
Pelos caminhos de antes não quero voltar.
Tomara que não haja retorno...
Alberto Pantoja




















PRANTEANDO

Prantos são o paradoxo da vida./
Tanto dor, quanto prazer./
Caem no rosto, produzidos pela alma./
São a denúncia dos sentimentos./
Diretamente proporcionais ao que se sente./
Dizem sobre o que somos./
Traduzem todo o script./
Denotam sempre, a vírgula e o ponto./
Discurso do autoconhecimento./
Falam do amor e do sofrimento./
Tornam-se sintoma e gritam solidão./
Aptos a iludirem toda gente./
Com saudade se pranteia./
Às vezes, parênteses da amizade./
Denunciam o que se sente./
Chora-se e se pranteia./
Pranteiam-se quando na crise./
Sua medida existe no quanto, do que sentiu-se./
Muitas vezes, solução às vezes a síntese.
Alberto Pantoja





















Sinal Fechado que se abre...

Alberto Pantoja
Havia mais, ou um pouco menos, de três anos que ele vivia divorciado. Cabelo um pouco grisalho e pele bronzeada. Era um homem considerado bem jovem para a idade que tinha. Desde sua separação com a mulher que sempre compreendera seria aquela de todo o sempre de sua vida, que Rodolfo, não apresentava qualquer tanto de discernimento para conquistar alguém. Porém, se imaginava, que por alguma sorte do acaso, como acontece geralmente com os homens com separações recentes, o destino daria a ele a oportunidade inequívoca, de ser presenteado com a mulher do seu futuro, dali para diante.
O dia estava quente. O sol inclemente impunha um estado emocional de ansiedade e irritabilidade. Rodolfo dirigia sua Ranger com impaciência. Sua reunião na Companhia SÓ Letra, editora da qual era proprietário, seria às 18:00 horas com um agente e um autor importante do segmento ficção.
O trânsito emperrado fazia-o bater com as mãos no volante. Intolerante, mucitava pensamentos incongruentes. Seu olhar focado no retrovisor deixava-o intransigente. Com eloqüência, dizia a si, não agüentar mais tantos carros e tanta gente nas ruas. Parou no sinal da av. Do Contorno com Rua da Ba hia. Precisamente, às 17h30min. O movimento era intenso. Transeuntes indo e vindo de um lado ao outro da avenida.
Rodolfo olhou a sua frente e notou um velho com os seus mais ou menos 76 anos e pensou que nunca havia visto aquele Senhor, e provavelmente, não o veria nunca mais. Afirmou pra si, ”a vida é assim: encontros e desencontros”.
Asfixiado de solidão e intoxicado de senãos existenciais. Àquele momento, sentia-se incapacitado para viver sozinho. Nos doze segundos de sinal fechado naquela esquina, Rodolfo, intensamente, refletiu a vida: vinte anos de casamento com a mulher que vivera a maior das paixões, filhos, negócios... Mas a insuportabilidade da ausência de alguém para amar o destruía.
O homem sem alguém para amar, enfraquece. Supõe-se infeliz e pessimista. Inevitavelmente, se projeta para a dor da exclusão, assim se pensa. Falível e pessimista, Rodolfo, encaminhava, naqueles segundos, de um sinal fechado, torpedos de amargura e ressentimentos para todos que atravessavam aquela esquina. Ao incidir o olhar a uma mulher velha que passava fulminou-a com observações em seu imaginário: “caquética! Não demora muito e morre. Já deve ter feito muita maldade nesses muitos anos de vida. Vida de humilhações àqueles Humildes e desamparados”.
Em seguida à velha, Rodolfo, já impaciente, daquele tempo de segundos e mexendo no dial do radio, surpreende-se, e com o sinal abrindo, depara-se com ela, que com passos largos e delicados, fugia da ameaça dos carros, pois liberados pelo sinal verde.
O olhar vindo de olhos verdes transpassou o pára-brisa e incidiu em olhar advindo dos olhos de Rodolfo, olhar da perplexidade; da surpresa. Raios, quem sabe? Do amor.
Imóvel e sem saber como agir, paralisado, ele esfriou a alma. Homem de gesso. Ela dando passos largos e elegantes continuava a olhar e deixando o esboço de um sorriso disfarçado na boca, fora embora, imprimindo algo que nosso editor não compreendera.
Encontraram-se dois meses depois. Ela, divorciada, há três anos, supõe ter conhecido o seu verdadeiro amor, acreditava, o procurava há muito tempo. Para ele, Kelly, resoluta, assertiva e pragmática e bela lhe ensina nuances do amor, que achava saber por muitos anos.
O amor traz consigo uma pauta de acaso, que inevitavelmente, surpreende. Tem sempre alguém a esperar alguém. Os encontros se dão nos instantes do inesperado. Suportar a solidão transforma o medo do amor que se passou, abrindo a porta que guarda o novo amor.


























Corpo harmonioso./
Corpo com cheiro de mato.
Não pede licença pra passar./
Declama versos pelos poros./
Corpo sensível e dengoso./
Tem olhos do olhar meticuloso./
Escultura, obra prima, da mais bela arte./
Corpo de movimentos rítmicos./
Tem o talhe do belo que desperta a esquina./
Não se embrulha em trajes, que não dimensione o sublime./
Na verdade é o drama e o cômico./ 
Às vezes choro, outras horas é o riso./
Corpo que dança e anda e se esbalda ao vento./
Mas amanhã, preservado, serás só sentimento.
De dia é o sol, de noite a lua./
E, para sempre conduzirás o tempo.

Sou um homem que já viveu muito amor./
Homem que já viveu muita dor.
O que faço com tanto amor?/
Não joguei fora toda dor que já senti.
Transformo amor e dor no 'quanto de gostar' de alguém./
Já morri várias vezes, mas nunca morte encontrada./
O amor que sinto hoje é amor de vida respirada.
E não de fantasia forjada.
Alberto Pantoja
















Ah! Esse corpo que consente e recusa.
Ah! Esse corpo que às vezes sente e desacelera com facilidade.
Pois! Esse beijo que se esconde e despreza.
Fico ingênuo de propósito. Essa é a medida da desmedida. Na verdade não sei qual é.
Saio de um lugar para o outro e vou devagar vagando com os pensamentos.
Mas chego lá pra dizer que te amo.
Alberto Pantoja






























O amor que habita em mim, amor antigo, amor vivido./
O amor que habita você, é amor de hoje./
Nos desencontramos no tempo, para nos encontrarmos agora./
Para fazermos um novo amor em nós, atual./
Nem novo, nem velho./
Apenas conceitual e efetivo para novos dias.
Vc e seu amor de hoje./
Eu e meu amor adiante, já no amanhã./
Encontrando-nos agora, não apenas por um beijo./
Mas solucionando o que nos surpreende e nos convoca para esse amor novo./
Que é meu e que é seu!/
Encontrado hoje.
Alberto Pantoja



























Amanhã quero te encontrar despojada de senãos. 
E, aí, lhe direi tudo sem nenhum constrangimento.
Amanhã será o dia que me compreenderás.
Tornarás todos os olhares em fonte de prazeres.
Serás o novo dia do amor e te renovarás.
Não me farás mais invisível.
O dizível estará entre nós.
Assim,traduziremos tudo o que sentirmos um pelo outro.
O nomeável e o inominável pautarão todas as nossas ações.
Ajustaremos nossos relógios e viveremos para dizer eu te amo.
Seja aqui, ali e em todos os cantos.
Sairemos pelas ruas rindo de tudo.
Andaremos daqui pra lá só pra ficarmos juntos.
Nos perderemos de propósito, para nos procurarmos.
E, quando, nos acharmos faremos o maior amor do mundo. Seremos resolutos e não temeremos as circunstâncias de se amar muito.
Alberto Pantoja























E o abraço?
Tem abraço que abraça. 
Tem abraço que enlaça e tem abraço que despacha.
Tem abraço que dá adeus.
Tem abraço que são meus!
Alberto Pantoja
































Nada mais que...amor.
Quero te reinventar no amor/
No amor de hoje, que pode fazer teu amanhã/
Com os ingredientes da vida, todos/
Às vezes choro, às vezes sorrisos/
Com chuva ou com sol, quero te amar/
Iluminado pelo teu olhar preciso dizer pra onde te levar/
Mas sei por onde caminhar/
Quem diria quem pensaria que fôssemos encontrar/
Está na hora do mergulho pra tua alma poder amar/
Hoje e amanhã, com um beijo te apaziguar./
Para vc que quero tanto, desvelar.
Alberto Pantoja
























O Amor Em Si
Alberto Pantoja
“Pra não dizer que não quero lhe amar”
O amor, um tanto paciente, trouxe você pra mim.
Veiculou você inteira e com sutis características do seu ser.
Aproximou-se como quem não quer nada,
Com certa ingenuidade, imprimiu tudo de você em minh’alma.
Vem dizendo de você qualidades, porém aos poucos.
Às vezes, direto, às vezes, reticente...
Faz com que eu compreenda sua história.
Submete todo o meu ser a nuances do modo como você é. 
Faz filme em mim. Uma película eficiente e desconcertante,
Que traduz bem e me ensina a lhe amar.
Fotografa seu perfil e me mostra seu olhar.
Sugere que a ame e nas madrugadas me lembrar.
Carrega sua boca pra bem perto, e me induz a lhe beijar.
Tantas horas me transtorna e diz pra eu esperar.
Ah! Se o mundo soubesse pra onde o amor quer me levar...!?
Sei que estou gostando da esperança de lhe amar.
O amor me disse: acredita, pois sei até aonde posso lhe levar.
Amanhã é outro dia e a surpresa pode chegar.

Precisamos desencontrar-nos de toda condição que nos escravize no desejo do outro. 
Alberto Pantoja

















TUDO!

Alberto Pantoja
Eu sou tu, eles, ela, vós.
Sou nós e tudo isso!
Quem sabe tudo mais?
Já fui palavra, também número.
Compreendi o dilema do outro;
Fiz versos e escrevi prosa.
Falei e silenciei só pra escutar.
Caminhei sem saber pra onde ia.
Às vezes, gosto da noite.
Choro de dia!
Sou amor, também ódio.
Sou esquina e sou canto.
Na varanda eu existo.
Na vida sou esgrima, jamais zorro.
Amei-te, não te amo mais.
Já fui beijo, hoje sou abraço.
Contemplei o horizonte,
Vi filme de terror e faroeste.
Conspirei o tempo todo,
Fiz intriga, promovi discórdia.
Cantei belas canções, gerei abraços entre irmãos.
Fui uma árvore frondosa e uma folha voando.
Dialoguei com ET's, deixei de falar inglês.
Beijei mulheres lindas, hoje, beijo a que mais gosto.
Viajei ao sol algumas vezes, na lua me hospedei.
O minuto é suficiente, na verdade se vive nos segundos.
Gosto de Drummond, não gosto mais de Hesse.
Canto Chico e Betânia, também os Menudos.
Estou zen, não quero mais estresse.

Um carro e um avião./
Uma nave espacial,/
Um tanque passa perto,/
Mata a flor do meu quintal./
No sorriso da menina,/
Feriado nacional./
E o mendigo da esquina, vergonha,/
O problema nacional./
Um carro, um avião./
Uma nave espacial,/
Uma bomba cai bem perto,/
Mata a esperança de toda a nação./
Houve-se um choro de uma mãe,/
A criança órfã não tem pai nem irmão./
Chove chuva sem aviso,/
Joga o granizo na cabeça do falso irmão.
Um trator surge na esquina,/
Derruba as casas de caixote,/
Feitas por muitas mãos./
Enquanto o trator passa em cima de corações,/
Houve-se música nas mansões./
Um carro e um avião,/
Uma nave espacial./
O pássaro cantou longe,/
Somente os políticos escutaram.
Alberto Pantoja



























Mapa da “Mina”

Alberto Pantoja
Procuro-te num mapa impresso em minh´alma./
Sei que hoje és um ponto significativo, por isso te procuro./
Meu ensejo é te buscar de outro tempo, que não posso situar./
Teus gestos passaram a existir em mim!/
Pela manhã, de tarde, ou, à noite te digo sim,/
Mas um não sutil e também desesperado, um tanto preocupado/
É o que ouço.
A cada por do sol sei que é mais um dia
Que te procurei e não achei.
Durmo e sonho que estás perto e quando acordo/
Existes apenas num ponto.


























... Último Capítulo

Alberto Pantoja
Sei que muitas vezes choraste sem lágrimas.
Sei o quanto fora difícil compreender o que vivia.
Ficavas em dúvida se merecias.
Quantas vezes te perguntavas por que de tudo aquilo.
E, quando seria o fim de tudo?
Sentias que alguma coisa estava errada,
Portanto, qual seria a tua culpa?
Perguntaste muito se teria vindo pra sofrer.
Foste embora sem querer
Com o único intuito de resolver.
Hoje, sabes que não é coisa de compreender,
Mas, sim, de superar este viver.

























O Conserto D’Alma

Alberto Pantoja
Algumas noites insones, não eram poucas. Noites silenciosas madrugadas pesadas. O amanhecer demorava. Sua cabeça o levava para as trevas. Os pensamentos circulavam e perambulavam em sua cabeça. Chegavam a fazer barulho. Um ruído tinha impressão, vinha de algum lugar que não era ele. A vida daquele homem se transformou de um dia para o seguinte. Todo o sucesso de até então, não existia mais. 
Apesar dos percalços naquele momento de sua vida, sabia que existir traz em seu percurso, dificuldades, que às vezes, sugerem tragédia. No entanto, a dor de estar vivendo apenas vem como desafio inusitado. Provocações que advém de algumas coisas que escapam. Precisava mudar. Há muito não ouvia suas músicas. Não lia bons livros. Não sentia mais a vontade que tanto prezava de degustar os seus bons vinho. Despencara sua vaidade. Recuara de tudo que lhe fazia questão. Vivia entristecido e com a existência desabastecida de interesses genuínos por viver. Sabia que precisava mudar. Vivia o desamor. Como mudar? Era referencial de sucesso para muitos. Para os filhos principalmente. Sua mulher o tinha esquecido em alguma esquina da vida. Achava babaquice à vontade de alguns que diante de qualquer dificuldade, exclamam para todos que querem voltar para a roça. Apenas para ver o tempo passar. Não, definitivamente, não queria assim!
Na madrugada daquela noite, ficara olhando para o teto e ensaiando o que diria para ela no café da manhã. Compreendia que a dificuldade era grande. Porém, teria que ser resoluto. Sentia-se cansado. Exausto! Não poderia adiar. Falaria tudo. Não dava para recuar.
Não acordou, pois não dormiu. Tomou seu banho matinal e se dirigiu para a mesa do café. Esperou até que Úrsula sentasse à mesa, passou as mãos na cabeça, tomou um gole de café e em seguida mordeu uma maçã, ajeitando-se na cadeira, disse-lhe:
“vou embora, por que quero dar um novo sentido à minha vida. Pra você, não represento mais nada há muito tempo. É compreensível que se pense que há uma obrigatoriedade de se fazer a manutenção do que se viveu. Do que se construiu. Filhos, patrimônios e tudo mais que de algum modo signifique nosso passado. Agora quero meu futuro, pois tenho a consciência de que ele existe. Há outro mundo me esperando. Novos desafios estão a me desafiar. Assim, como, para você. Não podemos negar. Não há mais encantamento no nosso olhar. Olhamos tudo, menos um para o outro.” 
Úrsula- Quando você começou a sentir tudo isso? É irreversível? A vida também não permite mais que eu sinta qualquer coisa que faça sentido.
O homem- Não sei quando começou. Mas aconteceu o momento da desilusão. Talvez, começara quando já não sentia mais falta de você até no meu dia a dia. Acredito que o mesmo acontece com você. Não me lembro do nosso último abraço. Ficamos monossilábicos e irritados com tudo. 
Úrsula- E seus filhos o que vão achar dessa sua decisão? Como vão ficar sem o pai?
Homem- Eles não vão ficar sem o pai deles. De jeito nenhum.
Úrsula- Sim! Assim você acha. E o quê você pretende fazer? Com certeza tem outra. (Ironizando!) É loura ou morena? Vai ver apenas quer o pouco dinheiro que tem. Somente isto.
Porque está velho e desgastado- rindo muito. Dando gargalhadas...
O homem- Realmente minh’alma está esmerilada, sucateada tem um tempo, que não é pouco.
O Homem- Não sei ainda o que vou fazer. Quero ouvir minhas músicas. Ler meus livros e tomar o meu vinho, com o prazer de ser eu.
Foi muito bom pelo tempo que foi possível. Obrigado! Já vou. Se cuide.
O choro nessas horas é inevitável. O homem chorou e Úrsula chorou.
Aí o homem, pensou: “viver e não ter a vergonha de ser feliz.” (Gonzaguinha)































Tudo Passa
Já faz três anos que ela sofre. Triste e solitária vive os percalços de um amor não correspondido. Acreditou naquele homem, que lhe prometeu o mundo. Acreditou no amor, e por ele faria qualquer esforço, até ir à lua. Tudo por aquele que Deus o tinha guardado só pra ela. Dias felizes e alegres, ensolaradas tardes e noites de júbilo, que apenas o amor concede a alguém. E, esse alguém, não tinha dúvida, era ela imersa naquela relação que tão poderosa, ocultava até o tempo. 
Às vezes, orgulhosa, sempre vaidosa. Sentia-se privilegiada e presenteada. Estava evidente que teria o melhor destino com ele, o seu amor, maior amor. Onde estivesse ele estaria. O raciocínio era sempre- pra todo o sempre. Tinha certeza, pensava nele com convicção. Aquele era e seria o seu grande amor.
Porém, o surpreendente da vida a pegou e aquilo que ela traduzia em total felicidade, era uma fraude. Erro da escolha. Ele esteve o tempo todo fantasiado em sua alma, em sua opção amorosa. As carências inevitáveis em um ser fizeram pauta, geradora de crédito afetivo. Ele foi embora e nunca mais voltou e nem voltará por que ela não se lamenta mais e ele não existe mais. Hoje ela está apta para uma nova busca, real e efetiva, menos carente. Hoje o sol é o sol e a lua é a lua. As noites findam os dias e ela já gosta de outro que não lhe promete nada. Apenas passeia com ela pela vida, pelo mundo.
Ela se salvou da ilusão!




















Não se Brinca de Amar
A noite estava fria e silenciosa. Fazia algum tempo que Manfred rolava na cama. Virava de um lado para o outro, colocava as mãos na cabeça e o peito doía apertado. As reflexões e seus pensamentos soltos aludiam àquela história de amor, paixão, recuos, indiferença e o tempo todo promessas... Pensava... A memória se encarregava de dar carga pesada à busca de umpassado rico em detalhes, de duas vidas que se intricaram fazendo-as crédulas de que quando se ama não há indecisão, não há desconforto e nem desvio de um futuro de realizações. Tudo o que Manfred, estava vivendo lhe parecia inexistência de realidade, tudo não poderia estar acontecendo. Rolava na cama, levantava-se e fazia um Nescafé, tomava a metade da xícara e se deitava rapidamente. Trazia o jornal para perto, impaciente e irritado quase esfregava a folha no rosto. Num gesto brusco dava tapas nas noticias. Pois não queria saber de nada e nem do mundo. A dor na alma era forte, intraduzível. Dor que o humilhava e o diminuía. Cansado, não dormia, portanto não podia sonhar. No silencio, daquela noite, somente ouvia seus ruídos internos, que se confundiam com a voz dela. 
Ela o deixou dizendo apenas adeus. Fez um gesto com a boca, que denunciava que sabia o que queria e determinada saiu com pressa da casa. Porém antes lhe dizendo: “agora vai brincar com outra, não serei mais seu ‘ brinquedo de amor’.”
Manfred, exausto do tempo de sofrimento, já madrugada dormiu. Seu Eu estava fracionado, submetido e torturado. Sonhou!
Sonhara que ela se fora para nunca mais voltar. Alguém lhe dizia que, “quando o registro do amor se dá no fazer parecer, não há volta”. E, continuava esse alguém,” quando se ama verdadeiramente, não se faz do outro, um brinquedo.”
O sonho transparecia as intrigas, falsas promessas e truncado como todo sonho, às vezes, lhe parecia pesadelo, angustiando-o. Aquele alguém, alter ego, naquele sonho específico, emergia como que, fazendo uma pedagogia sobre o amor e ia além, apontando-o que, “ele simulava responsabilidade e respeito, representava afeição e que a performance do verdadeiro amor tem a magnitude do desapego. Não permite palco para sentimentos primitivos como, inveja, ciúme e soberba. E, que, a grandiosidade do amor está na sua implícita simplicidade e singularidade. Portanto, espero que você aprenda a amar.”









Tempo do Amor e do Desamor

Alberto Pantoja
O relógio de parede, ‘acusava’ precisamente, dez horas da noite. Tem momento que o relógio não nos dá a hora, mas sim, a acusa, dependendo sobre o quê se está vivendo. Chovia lá fora, chuva forte, acompanhada de muitos trovões. Sentada em uma poltrona, na sala da casa, estava Pâmela. As lágrimas, intermitentemente caiam em seu rosto. Cada pingo associado a um momento com ele. O rosto de Pâmela, impermeabilizado pelo tempo e as lembranças, denunciava um sofrimento irreparável, parecia a ela. O tempo é obstinadamente impositivo, irresistível, irreversível. E, ele, o tempo todo, é sempre o palco do amor e das tragédias. Pâmela, já há alguns anos longe dele. Aquele que, de uma hora para outra, tornou-se o presente e o futuro, de toda sua programação existencial. Amou-o, mas o amou muito mesmo, não tinha dúvida. Hoje, aquele amor indescritível, ficara apenas no registro de um passado que a fazia sofrer, quotidianamente. Pensava e tinha a convicção de que jamais se apaziguaria. A ausência dele a ultrajava, assim sentia.
Pâmela recordava dos gestos, fisionomia: semblante, enfim todo um estilo dele. A configuração do maior e único amor estava impressa em sua alma. Pessoas, músicas, tardes, noites, reabilitavam a esperança vivida naquele momento de um amor que se fora e deixara só sofrimento. Ele longe, ausente literalmente. Ela sem saber onde, ele estaria. Porém, ele habitava calado, somente fazendo presença, no âmago de sua dor constante. Pâmela chorava e chorava e sofria. Clamava a volta dele, mas o choro daquele sofrer não era mensagem eficaz para trazê-lo de volta. Ouvia tudo de todos: você tem que reagir! Você não pode viver pra sofrer. Somente outro amor para te salvar! A chuva passou e a noite fez silêncio. A estrela já piscava no céu. Fez-se lua cheia, a lua mais linda ao alcance dela. O choro, havia se transformado. Agora, sorriso de outro sentimento. Caminhou até a janela, com passos de quem quer experimentar o novo, uma outra coisa. Através daquela janela somente dela vislumbrou outro mundo. Mundo dela sem ele. Assim sua alma fez semblante, sinalizando que podia amar novamente. “A vida é feita de momentos.” Sempre haverá um tempo para resgatar sentimentos. Pâmela, hoje, com um estar-no-mundo isento. A angústia de Pâmela em seu dia-a-dia é a angústia, que todos sentimos.
Pâmela, agora, ama alguém e quer nos apresentar.








No Mínimo A Vida

Alberto Pantoja
Nascemos! Fomos amados, para podermos amar. Passamos por colos que nos carinharam e que desejaram que se desse todo o nosso aprendizado humano. Disseram-nos muitas palavras introdutórias à civilização. Levaram-nos daqui pra ali, de ali pra acolá, enfim, sempre de algum lugar para alhures. Não podemos perder de vista a constatação, que anuncia, “a vida é um conjunto de forças que luta o tempo todo contra a morte”, desse conjunto, portanto, desse arranjo eficiente, ou não, há um fator que nos faz melhor ou Pior- tornar-se apto, ou, não, a dar sustentação ao desejo de viabilizarmos o gostar de viver. Trata-se do ‘gostar de viver’ que tem como pauta condições efetiva de buscas de realizações. Pois, “nada somos o que buscamos é tudo.” Diante da hipótese colocada, que pode parecer tão paradoxal. Compreendo que seja bem assertiva e que sugere que não devemos deixar que a vida nos leve, sem que a priori, de algum modo, saibamos o destino. O desejo existencial que nos coloca como protagonistas da grande peça dramática que é a vida, drama que exige que sejamos resolutos e quando não somos nos acovardamos. Viver para amar, amor, esse, capaz de fazer a leitura objetiva, quanto, aonde podemos chegar. Trajetória, conseqüência, de uma pauta inusitada, difícil, também cheia de armadilhas. Vivemos navegando no amor, porém, quando, ficamos imersos na paixão, sofremos e perdemos o controle da nau vida, cujo único combustível eficaz, o amor. Amamos para chegar e através do amor conquistamos o que é possível conquistar. Viver vivendo, eis o que precisamos. Vivemos num mundo coisificado, com um cenário que induz o não amar, promovendo cotidianamente o apossar-se de tudo e de todos. Cenário eficiente promotor do registro, “no mínimo EU.”
“Não se nasce para morrer.”















Ode à boca

Alberto Pantoja
Boca que fala, resmunga e faz silêncio.
Traduz os sentimentos. Reclama, e, às vezes, aprisiona.
Boca que diz e seduz...
E, com seu jeito dá o beijo.
Canta o melhor canto advindo do amor.
Boca que apta a lamentar e quando, quer, leva a qualquer lugar.
Diz-farça, mente, fala sério, conta piada e representa.
Ilude o coração, gosta de se pintar- roxo, vermelho, rosa.
Todos os tons pra se embelezar.
Em um segundo se alegra, em outro tempo se deprime.
Sabe sorrir... Geme, come e bebe.
Aprendeu cedo a chupar e por isso faz manha.
Fala amor e sente dor.
Sua vocação é chegar, mas com dificuldade.
Despede-se e dá adeus,
Convoca a vida desde cedo e evita anunciar a morte.
Fala dialetos e vários idiomas.
Simples e também complexa - é conforme as circunstâncias.
Boca falsa, pobre ou rica.
Seja o não ou sim, às vezes, sem sentido.
Dependendo do que diz é ela que escolhe a sorte.
Fala sutilezas, vez ou outra, palavrão.
Com ela, no cinema e no teatro, há desenvolvimento.
Representa os mais belos personagens, clássicos e cômicos
Sua melhor frase, sem dúvida: “eu te amo”.















Ele e a Estrela

Alberto Pantoja
O homem estava na janela mirando o céu.
A noite era de luar e de céu estrelado.
Estrelas e mais estrelas. Umas piscavam, outras brilhavam.
Todas lindas e compondo o céu, jamais visto. 
Natureza bondosa e solidária.
Triste e em desalento vivia o Homem.
Há algum tempo queria encontrar.
Existir do desencontro pensava ele.
Precisava escolher entre tantas. Claro, de todas as estirpes.
Qual delas faria sentido e conjugaria com seus sentimentos?
Qual apaziguaria sua alma sofrida?
Sabia apenas, que a solução, não estava na lua.
Sentia falta de uma estrela, a mais brilhante.
Sabia ser exigente, não se contentaria com uma cadente.
Optaria pela mais bonita, a mais diferente.
Olhando para o céu, compreendia que a escolha era difícil.
Atônito, pensava: “como optar, como trazê-la?” 
Olhar itinerante passeava por tamanha beleza.
Contemplava a todas, hipnotizado e esperançoso, apesar do sofrimento.
Umas se escondiam, outras apareciam.
Algumas sugeriam serem parceiras da lua.
Escolheu a mais sedutora, a mais insinuante.
A que mais despontava entre tantas.
Envaidecido pela escolha, sentiu-se escolhido. 
A estrela era a mais encantadora de todas.
Era vaidosa e faceira, além da própria luz.
Convencida era de que tinha tudo à luz da lua.
Mas o encanto durou pouco.
Num segundo a nuvem lhe tirou aquela que era a mais bela.
A constelação ficou com menos uma.
Pra ele aumentou o tempo da procura.
Só lhe restou olhar para a lua.
O raro se esvai facilmente.
Estrela agora, somente, em outra noite, de outro dia.
Assim é a vida...







Outro Dia, Outro Amor...

Alberto Pantoja
Era quarta-feira de noite fria, com chuva fina e persistente. O encontro aconteceria no Pub Saar, estava marcado há uma semana. Os minutos passavam lentamente e mais aumentava a ansiedade dele. Há muito não se viam. Não conversavam fazia uma temporada existencial. O agendamento aguçara lembranças, planos. A ansiedade o deixava disperso e pensativo. Lembrava daquela época que o momento do encontro não traria mais. Os problemas políticos excitavam. Exigiam solução. Tudo fazia parte e gerava saudade. Lembrava dos filmes, dos bares e das viagens. Exatamente, ela, em todos os cenários. Não saía da cabeça, o quanto vivera feliz com ela. Como estaria Priscila? O que fazia? Casou-se? Tinha filhos? Sabia que ela morava em Florianópolis. O que veio fazer em BH?
Lembrava da ultima conversa, da despedida, precisamente, em meados de 1987, ou 1989, não sabia ao certo. Lembrava dos sentimentos que rolavam. Principalmente, da tristeza que perdurou após a despedida. Forte era a impressão que ficou da roupa, do batom, do cabelo mexado, enfim, tudo dela... Os mínimos detalhes daquele passado lhe entristeciam e causavam nostalgia doída.
Jovem, aos 56 anos, sociólogo de formação. Escritor, também um tanto hedonista. Seu trabalho sempre vinculado ao prazer, o fazia um ser diferente. Amava viver prazerosamente, jamais abriria mão desse aspecto de sua personalidade.
Mesmo frente a fortes argumentos, naqueles idos anos, quando o projeto de vida de Priscilla, era encontrar um homem à semelhança do pai, um burocrata sistemático e intratável. Não se imaginava um homem retrógrado.
Acordara naquele dia, perplexo, curioso, com o que lhe esperava. Gostava do Saar, lugar escolhido. Ambiente saudável e pitoresco, freqüentado por músicos, psicanalistas e intelectuais. Ambiente que estimula o gosto pela boa prosa.
O homem chegou no Pub, precisamente, uma hora antes do acordado. 
Cumprimentou aqueles que conhecia. Levou um pouco de conversa com o proprietário, sujeito simpático e dado ao bom papo. Sentou-se num banco de ferro frente ao balcão. Logo, pediu um chileno especial para a ocasião. Diante da carta deu uma piscada para o dono que atendia e solicitou um Memória, safra 2009. Junto apontou para uma porção de queijo, que gostava muito. Precisava degustar a boa bebida, assim relaxaria para o esperado e surpreendente encontro.
O vinho estimulava a imaginação, como costumam fazer os bons tintos.
Priscilla chegou na hora marcada. Olhou para um lado e para outro, procurando o que buscava. De repente e sem subterfúgios, dirigiu-se a ele e exclamou: legal te ver, como é bom te encontrar! Ele sem titubear, pois mais relaxado e de posse de suas emoções. Puxou-a pra bem perto e lhe deu um beijo no rosto. Ele percebeu que a presença dela chamou a atenção de todos. Compreendia, pois muito raramente as pessoa se deparam com tamanha beleza e exuberância de imagem. Beleza incomum e inusitada. Sentou-se no banco bem próximo e lhe deu um sorriso, com um piscar de olho. Lembrou-se com rapidez, daqueles olhos verdes, que o hipnotizavam.
Ele ofereceu-lhe uma taça do Memória, elogiando sua qualidade. Agradeceu a sua gentileza. Preferia um expresso com creme, sabia especialidade da casa. O estado de ambos era de estranheza. Compreendiam que o tempo é implacável e assim como se morre, morre também o amor. E, é sem avisar. Eles não eram mais os mesmos. Sentidos e desejos haviam se alterado. Apesar do esforço de sintonia, falavam idiomas diferente. Quando se ama sem cumprimento de emoções e objetivos, o amor envelhece, 
Pode-se amar outrem, não mais o mesmo. O amor vai morar em outro lugar. Alhures,esse é o seu destino. O amor, já não era o deles. Despediram-se dizendo: "até um outro dia. O amor nos escapou."





























O Remédio: Um Pássaro E Uma Flor

Alberto Pantoja
Há algum tempo, talvez um mês, dois... Triste e prostrada, vive Ana Luiza. Era Segunda-Feira. Havia amanhecido escura e fria. Luiza, como gostava que a chamassem, sentou-se na cama, esfregou os olhos, com o dedo indicador e resmungou com a cabeça baixa: "ai meu Deus!" Ouvira naquele mesmo momento um barulho que ecoava ensurdecedor vindo do mais profundo ponto de seu alicerce existencial. Parecia-lhe estilhaçar os ossos, rasgando-lhe o tecido frágil de sua alma. Tinha consciência da dor que a ausência dele, lhe imprimia. Deslocada do mundo, angustiada, sofria. Queria compartilhar sua dor, precisava ser ouvida. Sentia que a cada segundo, a cada dia, a distancia dele lhe oprimia e ganhava proporções perturbadoras de alta intensidade. Não agüentava mais as vozes dissidentes de pai, mãe, amigos. Queria ficar sozinha. Toda sugestão advinda do Outro, repercutia insuportável. Ocasionava-lhe irritação, quando as pessoas lhe aconselhavam- "esquece"; "você precisa retomar sua vida"; outro vai te amar"; " acho que você deveria viajar", a única coisa que concebia era: queria morrer.
Sentia o perfume dele. Não parava de ouvir aquela voz, dizendo-lhe, "eu te amo." Achava-se revirada, em carne viva, esse era o sentimento. Como poderia suportar abandono tão inesperado, exclamava. Sendo protagonista de um grande amor, que iludia ser para sempre. Só mesmo ilusão. Aos 24 anos, pensava: "o mundo acabou, a vida não tem mais sentido." O peito doía, a saudade reduzia cada vez mais suas energias vitais. Ana Luiza, era unicamente, aquela dor. Consolidava-se dia a dia, minuto a minuto, uma morte experiencial-talvez, a pior morte.
Naquela tarde, chuvosa e fria, Luiza, dormiu um pouco, apesar de que ficava acordada com seu sofrimento, o tempo todo. No pouco tempo daquele sono agitado, sonhara que fez uma viagem com ele e que tudo voltara à normalidade de uma vida de muita alegria, muito amor e muita esperança. Sonhou que estava em viagem e a primeira parada tivera sido em um lugar de beleza afrodisíaca. O amor tem profunda afinidade com as viagens. A viagem estava sendo o caminho de resgate, do grande amor que havia perdido. Quando se está amando é possível combater a morte. A lembrança viva do sonho impunha detalhes de uma aventura fantástica, que só o amor torna exeqüível. Nítida era a imagem que havia postado em seu facebook: check-in no aeroporto de Ezeiza, Buenos Aires, com a máxima, impressa: só amando!
Ana Luiza, acordou chorando e com um registro forte do sonho em sua mente. No entanto, na realidade, ele não dava sinal, um telefonema sequer. Haveria de haver uma solução, interrogava. Daquela maneira não poderia continuar. Porém, há toda uma indicação, de que na vida, instantes surpreendentes, se ocupam de nos libertar das agruras e do abismo existencial, que vez, ou outra, nos fazem padecer.
Aconteceu com Ana Luiza. Ao se levantar da cama, quase seu leito de morte, diante da decepção amorosa. Luiza, caminhou até a janela e através de uma reduzida fresta, olhou para o mundo, olhou para diante e viu um pássaro voando sem temor dos raios e trovões. Cabisbaixa, olhou para o jardim e deparou-se repentinamente, com a beleza de uma flor lilás, que numa impressão inusitada fizera Ana Luiza, compreender que viver é melhor que uma perda, seja lá, o que se perder.
Todo o Tempo... Na Vida!

Alberto Pantoja
Ele buscava, queria encontrar.
Caminhou semanas, meses, anos. Procuraria até o fim. Acontecesse qualquer coisa. Tinha uma convicção- ela existia. Estava em algum lugar , cidade, em algum país. Atravessaria rios, mares. Determinado ia de margem a margem, mas a encontraria. Confundia-se com os atalhos, entristecia, angustiava-se. Sabia que ela existia. Pensava em sua caminhada solitária que, "na vida só se acha aquilo que se procura."
Em cada esquina, perplexo e cansado, fixava aquela imagem sonhada. Precisava descobrir onde ela estava. Acabara de lhe dar um nome, Rose. Tornaria assim, sua busca real. " Para as coisas existirem têm que ter um nome. Pois bem, se chamaria rose. E, assim ficaria. Ela existia. Olhava tudo, perscrutava tudo. Caminhava às vezes absorto, às vezes resoluto. Tinha um propósito, seguiria em frente.
Enfrentava chuvas, ventos, vulcões e trovoadas. A intempérie de sua alma, só o levava em uma direção, o caminho de Rose. Quando a encontrasse, diria o tanto que a procurou. Imaginava que sua voz embargaria e mudo, mostraria o sentido daquilo tudo. Falaria que a amava incondicionalmente, que a amava muito. Diria que, "o tempo todo da vida se procura alguém e que no seu caso, era com convicção, somente ela e mais ninguém." 
Depois de muito tempo, semanas, meses e anos, a encontrou em alguma cidade, em algum lugar, claro num dado momento de sua vida. Agora que passeia pela vida com Rose, cada vez lhe ama mais. Mais do que quando a idealizava. Porém, compreendeu, de um segundo ao outro, que Rose, não era exatamente igual ao que buscou o tempo todo. Encontrou o que não havia perdido. Pois, " só se encontra aquilo que se perde." Ele continua buscando mas não quer pensar em nenhum nome, nenhum feitio existencial.
Metáfora da vida!















Divã Eletrônico 

Alberto Pantoja
Sempre me conformei com as circunstancias impostas por se viver. O paradoxal, o inusitado, concernem a vida a estar diante, o tempo todo, do inesperado, do surpreendente. Queiramos ou não, o surpreendente pauta o existir. É inegável que quanto mais o homem conquista, mais se torna frágil e vulnerável às suas próprias realizações. Claro e fundamentalmente, em sua vida de relações. Acovarda-se e sofre sua dinâmica existencial sob riscos emocionais e psicológicos, que precipitam medos, pânico, angustia e exacerbação de ansiedade. Seu maior mal está nas vivências depressivas. Portanto, um perfil sem encorajamento e sem esperança no futuro.
Visto o acima, pretendo gerar reflexão que traz ponto de interrogação por sua sutileza.
Trata-se de algo que emerge com forca no cenário atual, como uma via de escape às agruras que submetem o homem a viver sem propósito.
Não compreendo como solução mas penso ser um caminho de alivio da dor gerada pela desconfiança e dúvidas afetivas.
Quero abordar no geral, as redes sociais, e especificamente, aqui, o facebook. As pessoas já não dizem nada umas para as outras. Esse silencio mórbido está nas ruas, nos palcos, nas empresas, nos clubes.
Convenço-me da questão: "mostre-me o que postas em seu facebook, que direi quem és e do que gostas." Pois bem, supondo-se que a cura se da pela palavra, e, ou, pela escrita. Quem sabe, pela imagem?
As pessoas, quase todas, habitam, vivem no facebook. Enfatizo que por necessidade. Postam suas alegrias, seus medos, suas falhas, suas tristezas e anseios. Geram amizades. Imploram amizades. Paqueram, dizem tudo o que sentem e o que precisam. Dissimulam, mentem. Apaixonam-se; sentem raiva e se amam. Expõem realizações, decepções. Atacam furiosas, pedem perdão... Apresentam vaidade e solicitam amigos. Com o facebook as pessoas se visitam. Porém, falta olhar... Falta cheiro... Falta respiração.
Licença, pois agora vou para o meu facebook postar que amo alguém. Enquanto você curti aí, eu curto aqui.
Só se sabe da outra margem se fizermos a travessia do rio.










Sem Alguém 

Alberto Pantoja
A noite estava fria. Eu na janela olhando as ruas. Pensava nela. Vinculava o frio daquela noite à desesperança. Ela vivia perplexa. O frio da noite induzia a indecisão de seu caminhar. Eu sabia. Convencia-me de que seu rumo estava cheio de atalhos. Desvios que a deixavam perplexa. O sentimento era de não futuro. Tantos desencontros a pautarem sua vida. Ela queria muito amar. Queria Ser escolhida . Caminhava a deriva e julgava não ter sorte. Ela clamava um outro dia melhor. Quase em exaustão afetiva, soluçava a tristeza do desencontro. Queria alguém. Precisava se encontrar. Não conseguia acreditar. Cansada já não sorria. Entristecia a cada por do sol. Não havia futuro de amor. Derramava lágrimas motivadas por carecer... A saudade a se impor. Eu na noite fria e na janela sentindo o seu choro sem poder fazer nada. Ela foi embora nas horas da noite fria. Eu na janela a madrugar. Ela foi embora pra longe e eu fiquei a sonhar.























O Labrador e o Homem

Alberto Pantoja
Desorientado, caminhava ligeiro e absorto. Talvez "preocupado." Caminhava desordenado, sem rumo. Procurando o que havia perdido. Cheirava o chão e às vezes, intermitentemente, olhava para cima, como quem, "pensasse na vida." O que estaria sentindo naquele instante árduo? Sentia a saudade inclemente provocada pela distancia de quem se gosta de quem se quer, com o indicativo de que nunca mais se vai ver. Égide do surpreendente do destino. Labrador preto, que o chamarei de Tao. Provavelmente sentia falta de quem o tratava e o cuidava. Adulto ou criança, que naquela hora já sofria a ausência desesperada e angustiante do cão querido. Era manhã de sol intenso e os carros corriam e buzinavam na avenida. O homem dava passos largos, pensando questões de sua vida. Porém, deparando-se com aquela cena inusitada, que sugerindo que aquele "Labra-dor" elegante e sofrido se precipitaria para o transito de carros da via, correra para impedi-lo e acudi-lo. Diante da atenção do homem, o canino mimado e avesso às ruas, deitou-se abanando o rabo, num gesto de reverência e, em vez, de latir, gemeu, implorando socorro.
Olho no olho, e seu olhar triste, pediu que o homem passasse a mão em sua cabeça, carinhando-o e demonstrando compreensão. Supondo que o cachorro já não comia há algum tempo, dirigindo-se até a lanchonete em frente, comprou duas empadas de frango e deu-lhe para que comesse. Com rapidez o cão engoliu. Sabemos que as suscetibilidades da vida, às vezes, separam aqueles que se amam. Tao com saudade, daquele que o cuidou e o amou, vivia a dor mais irresistível e profunda. Assim, cruzou a fronteira da saudade. Tao, não esquecera quem o amou simplesmente. Ninguém, qualquer um, não suporta a nostalgia de outros tempos, sempre. Às vezes triste, às vezes alegre, vive o cão meigo, na casa do homem. Então, se "as pedras se encontram." Quem sabe um dia, se der tempo, Tao, reencontrará aquele do qual se perdeu? Pois, vive a sofrer até aqui.













Um Dia Especial!

Hoje o sol nasceu para iluminar o mundo.
Os pássaros alegres, cantam com a aurora, os mais belos cantos.
Denunciam a nostalgia que vivem de um nascimento.
Por isso seus cânticos alegres, os mais profundos, já produzidos.
Lindos passarinhos, passarinhando com alegria, nos lugares e nos tempos da vida.
Faz-se o anúncio da esperança.
Juliana, esse cenário é teu, em tua homenagem.
Mereces tudo da vida. Sol e lua, hoje, estarão se abraçando e dando o mais expressivo sorriso.
Tudo isso Juliana, só se faz plausível para você.
És portadora das mais importantes dimensões, que um ser humano pode possuir, ou seja, mãe diferenciada e profunda, capaz de conduzir sua filha para o futuro da alegria, da sabedoria e da sensibilidade para o que é humano. Filha amiga, sensível, bondosa, motivo de orgulho de sua mãe. És, sem dúvida, irmã compreensiva e amorosa, sempre.
Juliana, hoje é teu dia, só teu.mas sei também, que pela tua generosidade, será o dia de todos. Pois, sua generosidade é rara e inusitada. Sempre seu semblante reflete o quanto levas a serio a vida.
Efetivamente, tudo teu se traduz em amor para todos em teu entorno.
Bendito é o fruto do vosso ventre chiara! 
Parabéns pra você, nessa data querida!



















Para Quem Quer Amar

Alberto Pantoja

Não há amor sem risco...
Não há amor sem crise...
Não se tem amor sem sentido.
Paradoxal, às vezes alegria, um tanto só tristeza.
Sem duvida estado psíquico, concerne-se sempre, a um movimento de alma, ou, quiçá, de espirito.
Confunde e sugere certeza.
Eficiente condutor de esperança, todavia, surpreende e desespera.
Embriaga e promove lucidez.
Impõe ao amante cambalear na ilusão da eternidade.
É transferência de emoções, ponte de sentimentos.
Comunica-se através de linguagem diferente, fala idiomas desconhecidos.
Vive no presente, caminha para o passado, induz o futuro.
Não escolhe de propósito, sempre inusitado, traduz-se nos dias e nas noites.
Manifesta-se no olhar, no cheiro, na voz, no semblante.
Somente é parceiro do protagonista, nunca do coadjuvante.
A paixão é seu vicio maior- enlouquece, agita, alucina, delira.
Em dado instante é beijo, em outro, abraço.
Encontro inesperado, não se curva a programações.
Não tem vergonha- é infância, brinca de ser criança.
Não envelhece, não é branco nem negro.
Uma única exigência: ser transparente.
Chora infantilmente e morre facilmente.
Arrebata, regride, consola, soluça e sonha.
Contempla, inventa, mente pra se dar bem, representa.
O amor é simples e objetivo, porém complexo no seu caminho.
Gosta do jubilo e faz ficar bonito, enfeia quando não é atendido.
Vaidoso e lisonjeiro, engana que não é passageiro.
Amanha ou depois, quem será o primeiro?
Quem quer amar?
Não cabe modo aventur
O que mais ela queria era amar...
Amar insistentemente.
Precisava sentir emoções, viver sentimentos, alegrar-se; sofrer.
Necessitava amar, justamente, como dizem por aí, o que seria o amor.
O desejo que a pautava, era amar. Encontrar um amor.
Sonhava que estava amando mas sem alguém para ensinar- lhe como amar.
Amaria muito. Sorriria, choraria, viveria tudo que sugerisse paixão. Enlouqueceria para provar que seria consequência do amor, da paixão...
Nas madrugadas imaginava como seria estar amando. Sofria, ficava triste, o peito pedia amor.
Nas madrugadas tristes e frias ouvia música para fantasiar o que é o amor.
Insistia que queria amar, mas quando encontrou, não suportou. Pois, o amor que ficou vivo, real, morreu no primeiro carinho e no primeiro beijo sucumbiu.
Não aprendeu o que é o amor. Não pôde vive- lo.
De Hoje e de Amanhã

Atendeu seu último paciente do dia, precisamente às 18 horas, daquela quinta-feira. É psicanalista. O dia era quente, ensolarado, demasiado claro, mas precipitava uma nostalgia incompreensível. Passara o dia pensativo em alguns momentos e ensimesmado em outros. Sentia algo que não dava conta de definir. Alguma coisa o constrangia mentalmente, alguma questão o arrebatava e se pronunciava existencialmente. Sua memória fazia-o viajar por tempos idos de sua vida. Visitara pessoas, lugares e desses registros vivenciava sentimentos e emoções fortes e inusitadas. Sua imaginação se consolidava numa riqueza de detalhes imensa. Não compartilhou com ninguém, apesar do desejo de fazê-lo.
Ansioso estava para chegar a casa. Encontrar-se com quem amava com quem se sentia seguro. Queria falar alguma coisa, mas não sabia o quê. Gostaria de festejar o quanto antes, ou quem sabe, até entristecer de uma vez. 
No caminho de casa, ouvira Joan Baez. Lembra que lacrimejou com Gracias a La vida. Sentia que havia um prenuncio, um aviso. Uma visita inesperada, silenciosa, faceira, dissimulada e com uma aparência angelical, enganadora, surpreendente e traiçoeira. Estava a espreita e invisível.
Em casa tomou cerveja, pois, que, nada melhor para finalizar um dia como aquele. Jantou e assistiu televisão. Dormiu, depois de muito cansaço, e muito sono. Achou que iria sonhar sonhos belos, pois apesar da perplexidade daquele dia, passava pelo momento mais feliz de sua vida.
Acordou na madrugada daquele Dezembro, com dores inexplicáveis e indescritíveis em toda a dimensão de suas costas. Não tinha dúvida de que era uma experiência grave. De que estava perto do fim, do adeus, da despedida final. Não houvera tempo nem de adeus a alguém, e, ou ao mundo. Havia chegado a hora. Lembra, e, não é fantasia, que no momento crucial deu um sorriso pra si mesmo. Talvez rindo da vida, da própria vida. Sua memória era somente, saudade de todos. Com o que cabe de ironia nesse momento fatal e de até logo. Flagrou-se com saudade até dele.
Sem chance de se despedir, sem poder dizer o que queria dizer, deixou de existir.
Sem existir por dezoito dias, assim dizem, todos aqueles que foram testemunhos dessa experiência solitária e única.
Dezoito dias sem sentir, sem saber, sem ver, sem falar, sem ouvir, sem andar e sem poder voltar.
O pior: não poder confortar aqueles que te querem muito e sempre.
Gostaria de agradecer o empenho e a competência dos profissionais que lutaram pela minha vida.
Agradeço a Dra. Denise França Magalhães, ao Dr. Múcio, e ao Dr. João Bosco. Também ao Dr. Marco Antônio e toda a equipe medica do hospital Unimed. E, ao corpo de enfermagem desse mesmo hospital, meu muito obrigado.
Alberto Pantoja.


Ele e "Ela".

“A noite estava agradável, a lua parecia gostar do que via, mas se mantinha isenta.” 
Ela, a bola, com sua complexidade de exigências, corria de pé em pé, às vezes arredia às vezes meiga e faceira, assim como a mulher que se insinua a alguém, sutilmente, se fazendo sedutora. Talvez, a maior protagonista mobilizadora de reações- alegria e, ou, tristeza, agressividade, desamparo. Faz gritar, submete ao choro, sugere risos.
Com sua aparência de austeridade e de dignidade, abandona ou premia.
Eram adversários nessa noite referida precedentemente, Cruzeiro e Flamengo, partida válida pela Taça do Brasil de 2013, oitavas de final.
Ela corria determinada, ameaçando um lado e o outro. Sua performance alheia a quem lhe tratava mal, porém sensível e amorosa com quem a tratava com respeito.
Surpreendentemente, tomara uma atitude, querendo premiar a quem a tratava bem e com muito carinho, no desenrolar do jogo. Assim, de maneira arrebatadora, não se fez de rogada, submeteu a todos - jogadores, torcedores, quadro de árbitros, gandulas, técnicos (professores) e o mundo todo_ a uma parceria inusitada, com o craque Everton Ribeiro, que como um bailarino a conduzia, demonstrando afinidade e desenvoltura com a mesma.
Aos 11 minutos do segundo tempo, ela no meio campo, pela direita, Everton bate na bola com manha, na direção de seu companheiro, que toca em seguida para Everton, Já dentro da área e com maestria rara, encobre o zagueiro, dando-lhe um chapéu, emendando sem deixá-la cair no chão, coloca-a no fundo da rede, para o grito de todos... Gol, gol... golaço.
Gol de arte, gol pérola, gol profundo feito numa imersão criativa.
Gol do Everton, Gol do Cruzeiro, gol de todos e para todos... Gol do Futebol!
Não tenha dúvida, ela entrou irônica.
Alberto Pantoja.













De vez em quando.

Quase sempre, não é sempre!
Quase sempre te toco, sempre te olho, sempre te escuto.
Vejo que me olhas, de vez em quando, mas te olharei sempre e não, às vezes.
Não sei se prefiro sonhar à noite, ou, se sonho acordado, para poder não te esquecer.
Tanto faz se de dia ou à noite, sendo que o que importa, se traduz no abraço apertado do poder ser amado.
Quase sempre sonho um sonho de ser amado.
Porém, esqueço-o de propósito, para deixá-lo guardado. E, assim, de um jeito muito especial, contar ao mundo que aprendi te amar.
Alberto Pantoja.



























Alhures

O medo exacerba todos os sentimentos.
O sentimento posto presume um tempo outro.
Em outro tempo já fomos outro e não lembramos do sentimento.
O sentimento requer lembrança...
Mas a memória se recusa e se faz eufórica.
Assim, não permite tempo contado, não supõe lógica.
Somente sentimento e uma solidão de não se sabe o quê.
Alberto Pantoja





























Tributo a Chiara

Você veio para iluminar as trevas de um mundo em surto de transtornos existenciais. Nasceu pequenina, porém grande de alma e de sentido de vida. Chiara, Chiarinha que gera amor. Linda, que explicita a felicidade. Tão pequena e já tão culta. Tua perseverança só encontrada nos grandes heróis, já surgidos, ao longo da história. Vieste para ser um desses, que fazem o mundo ser diferente contundentemente mais humano e simples.
Todos, que te amamos, cada vez mais aprendemos com tuas lições de querer e de viver. Pois, esbanjas determinação e o gosto por tudo que é sensível. Teu sorriso lindo traduz sempre o que és. Teu olhar perscrutador sugere que se continue a vida, sem temor, por que vale.
Mesmo sendo a vida difícil, emerges para nos dizer que viver é melhor que sofrer.
Chiara, Chiarinha, grande de força, grande de amor, grande de esperança, grande de atitude...
Chiara que caminha, sem cansaço e sem dúvida, na direção da luz e do êxito, levando junto nessa viagem determinada- pai, mãe, tias, tios, primos e o mundo.
Chiara, até o amor, estranha o tanto que és tão amada.
Chiara dá o beijo do vovô!
Ps. Chiara, leia e comente.



















 Enredo do Tempo.

O tempo que vale
Não é o tempo certo,
Não é o tempo do encontro,
Não é o tempo do discurso,
Não é o tempo do dia,
Não é o tempo da noite,
Não é o tempo do sol,
Não é o tempo da lua,
Não é o tempo do sábado,
e nem do domingo,
Mas é o tempo do desencontro do eu com as suas ficções,
É o tempo do vivido. É o tempo da possibilidade...
Alberto Pantoja.
























Rosto Vago

Encontrei-a em um dia escuro de Agosto. Algo em mim mobilizara-se. Não sabia do que se tratava. Talvez um pormenor de surpresa. Tentava compreender, discernir. Porém, um rosto se imprimia em meu ser sem permitir defesa. Um rosto que gerava um semblante incompreensível. Não sei lhes dizer se de dor ou de desencontro, de alheamento. Com convicção não era uma máscara dessas que nos colocam no rosto, para que nos represente no circuito existencial e social, forjada por nossos laços parentais. Apenas um rosto que denunciava um enredo triste e de profunda angústia. Perplexo com aquele quadro que só podia ser humano e mais nada, perguntei-lhe, “o que a trazia até mim”? Deu-me um sorriso vago e imediatamente, disse-me: “você é um assassino.” Lágrimas sem gemido, sem nenhuma afetação, caíram sobre aquele rosto jovem, mas já com rugas denunciantes de uma vida acostumada ao trágico. 
Sua fala chamando-me de assassino indicou-me que ela tinha intenções premeditadas. Talvez, um eu de dor teria de ser eliminado ou subtraído para uma outra convenção existencial ou, até, para um desempenho de vida menos submetido à ênfase da carência.
À medida do tempo e dos dias sinalizava-se que ela, inteligente e muito sensível, pedia que a compreendesse, quanto a um seu sentimento, a uma constatação: seu desamparo. Pois tinha pai e não tinha; tinha mãe e não tinha. Tem pai, vaidoso e abastado. Tem mãe, de soberba rara em alguém.
Emergente em nossos encontros e paralelamente a esses, aparecia um novo estar-no-mundo, uma nova modalidade de viver. A agressividade, o desequilíbrio e os gritos reivindicantes deram lugar a um relativo e pequeno apaziguamento. Esse estado de menos perturbação e de mais perplexidade, precipitava menos busca paterna, e essa, até então, interminável busca sempre dava na ironia e na indiferença. Convictamente, esse precedente, o curto circuito mais atroz ao qual o homem possa estar submetido. Pois, impedidor de futuro com paz razoável. Aquém ou além do registro desse pai fomentador de desespero, havia a mãe que impedia sentimento de amparo, facilitador de esperança.
Ela se consignava em mim para fazê-la viver. Eu permitia. Eu a recepcionava e sugeria novo script. E, assim, nos convencíamos de soluções. Forjávamos sentimentos outros, que não aqueles do drama paterno. Provocávamos da mesma vida, uma vida outra.
Criança chorava dia e noite. Evento, que denunciava uma congestão de afetos sem significação para o caminho da gestão da vida com sentido. Hoje, são possíveis sorrisos motivados. Vê-se a expressão de um rosto recipiente de conteúdos plausíveis, num rosto com rugas que perfazem o “mapa” de um viver retomado, resgatado, vetorizado e valorizado para um amanhã que acontecerá pleno.
Eu fiquei e ela se foi. Eu sem saudade e ela com vontade de viver. Talvez, podendo olhar para traz sem dor.
Alberto Pantoja

Viva!

Quando tudo for poeira
Quero te ver inteira,
Para poder te abraçar, te abraçar...
E ter a certeza de que a vida é assim,
Pois é apenas um sopro de viver.
Alberto Pantoja































Expansão

Pois, que cedo começara a ler..., de tudo. Desde os clássicos. Surpreendera-se com o vislumbrar de um mundo amplo; um novo mundo. Passou a conhecer lugares, jamais antes imaginados.
Impactou-se com fascinantes alvoradas e emocionou-se com dias e noites encantadoras.
Conhecera homens e mulheres com histórias inusitadas. Deparou-se com crianças alegres e bem tratadas; também crianças sofridas e sem esperança.
Encurtou distâncias, solucionou dúvidas da existência. Sentiu medo... Acordou de alguns pesadelos. Sonhou. Sonha...
Hoje sua pauta de vida está escrita no livro que se chama maturidade.




























Para Elisa

ELE SABIA!

Alberto Pantoja.
Ele sabia, apesar daquela noite, sem lua e sem estrelas.
O vento gritava lá fora e o peito apertado, gemia de uma dor, jamais sofrida.
Ele arrebatado por uma saudade invasora e torturante, simplesmente inclemente.
Ele, sabia que algo o transportava para o outro dia. Ele sentia que de manhã, com a aurora, poderia se refazer e encontrar-se com o sol, claro e brilhante, sugerindo pensamentos.
Assim, diria a ela que haveria muita semelhança entre a alegria dele e tudo dela, representado pelo seu olhar...
Sorriria dizendo-lhe: há esperança!
No outro dia seria o dia com uma manhã para eles. Então, caminharia em sua direção, para lhe dizer: Te amo























Reflexão Urgente

A pauta imposta pelos significantes não e sim em nossas vidas merece cuidados. É singular. Aprende-se cedo o dizer sim para todas as circunstâncias, ou seja, desenvolvemos performance desenvolta em utilizá-lo à medida do passar dos anos. Temos inegável dificuldade com o não, pois não ganhamos discernimento em colocá-lo a nossa disposição em nosso estar no mundo. Existencialmente a impossibilidade do recurso do não, emerge sempre como fator de intimidação e constrangimento. Enfraquece vitalmente, já que é acompanhante do medo. O não nos permite sustentabilidade cotidiana e implica o ser em uma luta sistemática contra a morte. Diferentemente do sim que é parceiro das concessões. O não livra-nos de sermos marionetes do outro.
Alberto Pantoja



























Carta Para Marly

Oi mano! Tudo bem? Assim atendias meus telefonemas. Assim, com teu jeito meigo de ser. Saudades sempre, irmã querida. Saudades da tua alegria, de tuas características muito especiais que conquistavam a todos do teu entorno. 
Pois é Marly, fostes e eu fiquei. Nos meus sentimentos e na minha compreensão não haverá injustiça maior- nunca. Porém, resolutamente, tua alma apaziguá todos nós que te amamos muito e sempre. Somente tu para nos conceder esse estado de espirito. Em vida amavas intensamente, a todos: mãe, pai,irmãos,sobrinhos e especialmente teu filho.
Marly por aqui, entre nós, está tudo bem. O único mal-estar é advindo de tua ausência.
Sei que sentirás uma alegria imensa com a noticia que te darei, pois saiba que já estou quase recuperado da prova que vivi. Presenciaste aquele momento com equilíbrio, força existencial e um discernimento de solidariedade único.
Não sei como reagirás, mas depois de tudo, hoje sei que, apesar da invisibilidade da morte e do surpreendente que nos impacta. “ Na verdade só morremos quando não tem mais ninguém nesse mundo/terra, que lembre de nós.” Portanto, não tenhas dúvida, estás em nós, vives conosco, teus irmãos, teu filho e todos. Usando uma expressão que gostavas de usar para o tratamento com Maria Aciolina e Marlyse, “maninha”, jamais te esqueceremos. E, para finalizar, preciso ressaltar que todas as expectativas e projeções que fazias com relação ao Tadeu, ocorre e acontece cotidianamente, pois ele tem os seguintes requisitos que tanto querias. É serio, maduro, responsável, espontaneamente atencioso e, que legal, maninha, muito estudioso. 
Beijos!


















UM OUTRO DE MIM, UMA OUTRA DE VOCÊ

Pois bem a paciência me leva a outro dia, 
Outro dia, em outro lugar apto aos encontros para o amor.
Quero ser outro, quero você outra,
Outro de outro que te amou,
Outra que lembra,
Vive a nostalgia de que já fui outro de você e de mais ninguém.
O lugar será de encantamento de amor, assim, as árvores serão a favor.
Os pássaros farão festa com o mais bonito canto.
E o sol se orgulhará e a lua “sorrindo” alegre achará o amor mais bonito.
Esse dia chegou para o outro que sou eu.
Esse dia plausível confortará essa outra que é você
Alberto Pantoja.


























Vôos Inglórios.

Os pássaros voavam e voavam,
Absortos e dispersos, sem olhar para baixo.
Repentinamente sentiram-se perdidos e assustados.
Aprenderam:
Por mais longo e livre que o vôo seja, 
Há sempre a exigência de referenciais.
Alberto Pantoja.





























CENÁRIO

Amanhã o sol iluminará o teu ser.
Trará consolo e esperança ao teu futuro.
Aí, então, chorarás apenas o choro da alegria.
Assim, nunca mais te sentirás triste.
Nunca mais terás a tristeza do desassossego!
Quando o sol for embora surgirá a lua.
Serás protagonista de uma noite calma.
Sonharás o melhor sonho, realização de desejos,
De teus mais belos dias.
Alberto Pantoja.



























Uma máxima deve ser compreendida: 
"Não há bom profissional em uma péssima pessoa"
Alberto Pantoja.



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